Nódulo na Adrenal: Quando se Preocupar e Quando Operar?

É cada vez mais comum encontrar um nódulo na glândula adrenal em exames de imagem solicitados por outros motivos, como uma tomografia do abdome. Essa situação gera preocupação em muitos pacientes, mas na maioria dos casos trata-se de uma alteração benigna e sem riscos graves à saúde.

Neste artigo, você vai entender:

• O que é um nódulo adrenal
• Como investigar corretamente
• Quando a cirurgia é necessária
• E por que a cirurgia robótica é a melhor opção na maioria dos casos

As glândulas adrenais , também chamadas de suprarrenais, ficam localizadas acima de cada rim. Elas são responsáveis pela produção de diversos hormônios importantes, como:

• Cortisol (relacionado ao estresse e metabolismo)
• Aldosterona (que regula a pressão arterial)
• Adrenalina e noradrenalina (ligadas ao sistema nervoso)
• E também androgênios (hormônios sexuais)

Sim, o achado de um nódulo adrenal incidental (descoberto por acaso) é relativamente comum . Estima-se que até 10% da população possa apresentar esse tipo de alteração em exames de imagem

A boa notícia é que a grande maioria dos nódulos adrenais é benigna e não causa nenhum problema hormonal.

Entretanto, há duas questões fundamentais que precisam ser avaliadas:

1. Esse nódulo está produzindo hormônio em excesso?
2. Esse nódulo tem risco de ser um câncer da adrenal (carcinoma adrenocortical)?

A investigação de um nódulo adrenal envolve duas etapas principais:

Mesmo que o paciente não tenha sintomas claros, todo nódulo adrenal deve ser avaliado quanto à produção hormonal. Estima-se que 10% a 15% dos nódulos adrenais sejam funcionantes , ou seja, produzem hormônio em excesso , o que pode causar:

• Hipertensão difícil de controlar
• Ganho de peso, fraqueza muscular ou diabetes
• Ansiedade, sudorese, palpitações
• Alterações menstruais ou crescimento de pelos

• Dosagem de cortisol após dexametasona (para investigar síndrome de Cushing )
• Dosagem de aldosterona e atividade de renina plasmática (para avaliar hiperaldosteronismo primário)
• Metanefrinas e normetanefrinas plasmáticas e urinárias (para descartar feocromocitoma)

Esses testes ajudam a identificar adenomas funcionantes , que são nódulos benignos, mas que devem ser removidos por causarem distúrbios hormonais.

O tamanho e as características do nódulo na tomografia (ou ressonância) também são essenciais para avaliar o risco de malignidade. É interessante lembrar que câncer de adrenal é extremamente infrequente, acometendo 1 indivíduo a cada 1 milhão de habitantes.

• Nódulo < 4 cm
• Densidade baixa na TC
• Margens regulares
• Ausência de crescimento no acompanhamento

• Nódulo > 4 cm
• Aumento progressivo de tamanho
• Margens irregulares ou aspecto heterogêneo
• Realce importante após contraste
• Invasão de estruturas próximas
• Presença de trombose na veia adrenal ou veia renal

As indicações cirúrgicas mais comuns são:

Mesmo que benigno, esse tipo de nódulo deve ser removido, pois causa efeitos negativos à saúde do paciente.

Lesões maiores têm um risco aumentado (até 5% a 10%) de serem malignas. Por isso, a recomendação é cirurgia na maioria dos casos.

Mesmo com tamanho menor, nódulos que apresentam características suspeitas devem ser investigados de forma mais rigorosa — muitas vezes com indicação de retirada.

A cirurgia de escolha, sempre que possível, é a adrenalectomia robótica , uma abordagem minimamente invasiva com excelente segurança e recuperação.

• Precisão na dissecção da glândula adrenal, que tem relação íntima com vasos e estruturas nobres
• Menor sangramento
• Incisões pequenas e melhor resultado estético
• Menor tempo de internação
• Retorno mais rápido às atividades

Em casos raros de carcinoma adrenocortical grande com invasão de órgãos vizinhos (como fígado, rim, veia cava), a abordagem preferencial é a cirurgia convencional aberta , para permitir uma ressecção mais ampla e segura.

Descobrir um nódulo na glândula adrenal não deve ser motivo de pânico. A maioria dos casos é benigna e sem produção hormonal. Mas é essencial fazer uma avaliação detalhada com exames de imagem e dosagens hormonais.

Nos casos com produção hormonal ou nódulos maiores que 4 cm , a adrenalectomia robótica oferece uma solução segura, eficaz e com excelente recuperação.

Se você foi diagnosticado com um nódulo adrenal, agende uma avaliação com um especialista. A investigação correta é o primeiro passo para um tratamento preciso e tranquilo.