Câncer de Bexiga
Uro-Oncologista em SP
Introdução
O câncer de bexiga é um dos tumores mais comuns do trato urinário, sendo três vezes mais frequente em homens do que em mulheres. A idade média para o diagnóstico é de 70 anos, e estima-se que 3,8% dos homens desenvolverão a doença ao longo da vida. Apesar de ser menos frequente em mulheres, elas apresentam maior risco de óbito, provavelmente devido a diagnósticos mais tardios, muitas vezes confundindo os sintomas com infecção urinária.
A bexiga e todo o trato urinário são revestidos por uma mucosa chamada
urotélio, e o tipo mais comum de câncer de bexiga é o
carcinoma urotelial, responsável por
95% dos casos. Trata-se de um tumor agressivo, com
alto índice de mortalidade quando diagnosticado em fases avançadas. Mesmo quando identificado precocemente, apresenta risco elevado de recorrência, exigindo acompanhamento contínuo após o tratamento.
Sintomas
Nos estágios iniciais, o câncer de bexiga pode ser silencioso. Com a evolução da doença, podem surgir sintomas como:
- Sangue na urina (hematúria) – Pode ser visível ou detectado em exames laboratoriais. Ocorre de forma intermitente e geralmente é indolor;
- Sintomas urinários irritativos – Aumento da frequência urinária, necessidade de urinar à noite (noctúria) e dor ao urinar (disúria), especialmente em tumores mais agressivos;
- Sintomas avançados – Incontinência urinária, dor pélvica, dor nas costas, fadiga e perda de peso podem surgir em casos mais graves.
Fatores de Risco
Os principais fatores de risco incluem:
- Tabagismo – Responsável por cerca de 50% dos casos de câncer de bexiga
- Exposição ocupacional – Trabalhadores das indústrias metalúrgica, de borracha, têxtil e gráfica têm risco aumentado devido ao contato com substâncias cancerígenas como benzidina
- Exposição a produtos químicos – Alguns corantes de cabelo e solventes industriais podem estar associados ao câncer de bexiga
- Tratamentos prévios com radioterapia na pelve – Pacientes que receberam radiação para câncer de útero ou intestino podem ter maior predisposição
- Uso prolongado de certos medicamentos – Ciclofosfamida e fenacetina podem aumentar o risco da doença
- Irritação crônica da bexiga – Infecções urinárias recorrentes, pedras na bexiga e uso crônico de sondas vesicais podem contribuir para o desenvolvimento do tumor
Até
20% dos pacientes com câncer de bexiga não apresentam fatores de risco identificáveis.
Diagnóstico
O câncer de bexiga pode ser suspeitado por exames de imagem como:
- Ultrassonografia das vias urinárias – Pode revelar um nódulo sólido na bexiga
- Tomografia computadorizada com contraste – Auxilia na identificação do tumor e no estadiamento da doença
- Ressonância magnética de pelve – Exame mais detalhado para avaliar a profundidade da invasão tumoral
A confirmação do diagnóstico é feita por meio de ressecção transuretral da bexiga (RTUb), que é um procedimento minimamente invasivo, realizado pela uretra, que permite visualizar o interior da bexiga e coletar amostras do tumor para análise.
Além disso, a citologia oncótica da urina pode ser usada para detectar células cancerígenas na urina, sendo útil para o seguimento da doença.
Estadiamento
Para definir a gravidade do câncer de bexiga e planejar o melhor tratamento, o estadiamento inclui:
- Biópsia da ressecção transuretral da bexiga (RTUb) – Avalia a profundidade da invasão do tumor nas camadas da bexiga
- Tomografia computadorizada ou ressonância magnética de tórax, abdome e pelve – Verifica a presença de metástases.
Tratamento
O tratamento do câncer de bexiga depende do estágio da doença e da profundidade da invasão tumoral.
1. Ressecção transuretral da bexiga (RTUb)
O primeiro passo no tratamento é a RTUb, um procedimento minimamente invasivo realizado pela uretra, sem necessidade de incisões no abdome. Ele permite remover o tumor visível e coletar amostras para análise da profundidade da infiltração. Saiba mais sobre a cirurgia.
Se o tumor for superficial, a RTUb pode ser curativa, especialmente quando associada a terapia intravesical com BCG, um tratamento imunoterápico que reduz o risco de recidiva.
2. Cistectomia radical (remoção da bexiga)
Se o tumor invadir a camada muscular da bexiga ou retornar após o tratamento inicial, o melhor tratamento curativo é a cistectomia radical.
A cistectomia pode ser realizada por cirurgia aberta ou cirurgia robótica, sendo a segunda uma opção mais moderna e minimamente invasiva. Saiba mais sobre a cirurgia.
A reconstrução do trato urinário após a cistectomia pode ser feita de três formas principais:
- Conduto ileal (Bricker): Utiliza um segmento do intestino para redirecionar a urina para um orifício na pele, onde uma bolsa coletora é acoplada
- Neobexiga: Criação de um novo reservatório urinário utilizando uma parte do intestino, permitindo que o paciente urine pela uretra
- Ureterostomia cutânea: Técnica mais simples, em que os ureteres são exteriorizados diretamente na pele
A escolha da técnica de reconstrução depende de diversos fatores e deve ser discutida individualmente com o seu urologista de confiança.
Cirurgia Robótica no tratamento do Câncer de Bexiga
A cistectomia robótica tem se consolidado como um dos métodos mais avançados para o tratamento do câncer de bexiga. A tecnologia robótica permite uma cirurgia mais precisa e menos invasiva, reduzindo complicações e melhorando a recuperação do paciente.
Principais benefícios da cirurgia robótica:
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Menor risco de sangramento – A precisão dos instrumentos reduz a perda sanguínea durante a cirurgia
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Recuperação mais rápida – Pacientes submetidos à cirurgia robótica geralmente apresentam menor tempo de internação e recuperação mais ágil
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Menos dor no pós-operatório – Pequenas incisões reduzem o desconforto e a necessidade de medicações analgésicas
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Maior preservação de estruturas vitais – A tecnologia robótica possibilita um procedimento mais delicado e preservador
Terapia de preservação vesical
Para pacientes que não podem ou não desejam realizar a remoção da bexiga, a terapia de preservação vesical pode ser uma alternativa, combinando RTUb máxima, radioterapia e quimioterapia.
Essa abordagem é indicada apenas em casos bem selecionados e requer acompanhamento rigoroso, pois há risco de recidiva.
Orientação ao paciente
Manter hábitos saudáveis pode ajudar na prevenção do câncer de bexiga e melhorar os resultados do tratamento:
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Evite o tabagismo – O cigarro é o principal fator de risco para o câncer de bexiga.
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Hidrate-se adequadamente – Beber água regularmente auxilia na eliminação de substâncias tóxicas pela urina.
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Evite exposição a produtos químicos sem proteção – Se trabalha com solventes ou corantes industriais, utilize equipamentos de proteção individual.
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Atenção aos sintomas urinários – Caso apresente hematúria ou sintomas irritativos persistentes, procure um urologista para avaliação precoce.
O diagnóstico precoce aumenta significativamente as chances de cura do câncer de bexiga. Se você tem fatores de risco ou sintomas suspeitos, agende uma consulta com um especialista para avaliação detalhada.
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Sobre o dr. eder
Urologista para tratamento de Câncer de Bexiga em São Paulo
Minha trajetória na medicina sempre teve um propósito claro: oferecer um tratamento preciso, humano e personalizado para cada paciente. O câncer de bexiga é uma doença desafiadora, que exige diagnóstico precoce, planejamento estratégico e abordagem individualizada para garantir o melhor resultado possível.
Sou formado pela Faculdade de Medicina da USP, onde também realizei minha residência em Cirurgia Geral e Urologia. Buscando aprimoramento contínuo, me especializei em Uro-oncologia e Cirurgia Robótica no Memorial Sloan Kettering Cancer Center, nos Estados Unidos, além de defender meu doutorado na USP com pesquisas voltadas para o tratamento cirúrgico dos tumores urológicos.
Atualmente, integro a Divisão de Urologia do Hospital das Clínicas da USP e atuo no grupo de Uro-oncologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP). Minha prática clínica e cirúrgica é focada no uso de tecnologias avançadas, como a cirurgia robótica, para proporcionar maior precisão no tratamento do câncer de bexiga, menor tempo de recuperação e melhor preservação da qualidade de vida dos meus pacientes.
Acredito que um tratamento eficaz vai além da técnica cirúrgica – envolve acolhimento, esclarecimento de dúvidas e planejamento individualizado. Meu compromisso é oferecer um atendimento de excelência, combinando ciência, tecnologia e empatia para que cada paciente tenha segurança e tranquilidade em sua jornada de tratamento.
Se precisar, estou à disposição para ajudá-lo.
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