Infecção urinária recorrente, como tratar?

Dr. Eder Nisi Ilario

Muitas mulheres se queixam de infecção urinária de repetição. O que, sem dúvida, é motivo de preocupação e aborrecimento. Por isso, escrevi essa matéria para explicar o que é uma infecção urinária de repetição, quais fatores podem aumentar o seu risco e os tratamentos e prevenção disponíveis.

Infecção urinária recorrente


1) Tenho infecção toda hora, por quê?


Essa situação pode ser uma infecção urinária não resolvida ou uma infecção de repetição.


A infecção urinária não resolvida ocorre quando, apesar de tomar medicamento, o quadro não melhora e um novo exame de urina mostra novamente a presença de infecção. Essa situação caracteriza o que chamamos de persistência da infecção, ou seja, não conseguimos eliminar a bactéria responsável pela infecção atual. Nesse caso, é preciso investigar o motivo e instituir um tratamento adequado para a completa resolução desse episódio de infecção do trato urinário (ITU).


A infecção de repetição ocorre quando o paciente melhora completamente dos sintomas urinários e, depois de um período, apresenta um novo quadro de ITU. 


A infecção urinária de repetição pode ser definida como ≥ 2 episódios de ITU em 6 meses ou ≥ 3 episódios durante o ano.


A resolução ou o controle dos fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento de ITU é uma parte primordial no tratamento de infecção urinária de repetição. Por isso, o médico urologista deve pesquisar os fatores predisponentes para ITU listados abaixo.


A) Fatores relacionados ao paciente:

  • Idade avançada
  • Anormalidade anatômica
  • Desnutrição
  • Obesidade
  • Tabagismo
  • Uso crônico de corticoide
  • Imunodeficiência
  • Dispositivo ou cateter infectado (sonda vesical ou cateter duplo J)
  • Infecção coexistente em outro sítio anatômico
  • Hospitalização prolongada


B) Fatores de risco adicionais que:


B- 1) Reduzem o fluxo urinário:

  • Obstrução do fluxo urinário: hiperplasia da próstata, câncer de próstata, estenose de uretra, cálculo vesical
  • Bexiga neurogênica
  • Pouca ingesta de líquido (ou desidratação)


B- 2) Facilitam a colonização bacteriana:

  • Atividade sexual
  • Uso de espermicida
  • Redução do estrógeno (menopausa)
  • Uso recorrente de antibiótico


B- 3) Facilitam a ascensão da bactéria:

  • Cateterização (passagem de sonda na bexiga)
  • Incontinência urinária
  • Incontinência fecal
  • Uso de fralda
  • Urina residual na bexiga


2) Tomei antibiótico, mas não melhorei nada, e agora?


Se mesmo após tomar o medicamento adequadamente você não melhora do quadro, isso pode caracterizar uma ITU não resolvida. Nesse caso, é essencial coletar urocultura para confirmar a ITU e orientar a antibioticoterapia correta com base no resultado do antibiograma. 


Outra hipótese é que os sintomas podem não ser causados pela ITU, mas, sim, por outras doenças que apresentam sintomas parecidos. Por isso, se a urocultura for negativa, é necessário realizar investigação adicional para excluir outras causas que simulam os sintomas de ITU.


Caso a urocultura mostre novamente a bactéria, devemos pesquisar algumas hipóteses:


  • Resistência ao antibiótico utilizado
  • Presença de 2 bactérias com susceptibilidades diferentes ao antibiótico prescrito, ou seja, o medicamento prescrito eliminou somente uma das bactérias
  • Reinfecção rápida com bactéria resistente durante o tratamento
  • Cálculo renal volumoso (coraliforme)
  • Tratamento inadequado (período insuficiente ou medicamento não apropriado)


3) Tomei o medicamento e melhorei, mas, depois de um tempo, os sintomas voltaram, o que pode ser?


Embora não seja fácil distinguir, existem duas possibilidades para essa situação: a “infecção persistente” e a “re-infecção”. 


Geralmente, a “infecção persistente” é causada por uma bactéria que, de alguma forma, não foi eliminada completamente. Já na “re-infecção”, o tratamento eliminou completamente a bactéria que causou a ITU, mas ocorreu uma nova infecção por uma bactéria que ascendeu à bexiga. 


Não é uma regra, mas, se os episódios distintos de ITU foram causados por bactérias de espécies diferentes, o quadro é mais sugestivo de um episódio de “re-infecção”. Mas, caso sempre a mesma bactéria seja responsável por episódios diferentes de ITU, devemos suspeitar de “infecção persistente” e investigar as possíveis causas.


Conheça algumas doenças que podem contribuir para a persistência de bactérias no trato urinário e que podem ser corrigidas com o tratamento urológico:


  • Cálculo renal ou vesical (principalmente se cálculo relacionado à infecção)
  • Prostatite bacteriana crônica
  • Rim atrófico infectado
  • Duplicidade ureteral e ureter ectópico
  • Corpo estranho
  • Divertículo de uretra
  • Rim esponjoso medular
  • Coto ureteral após nefrectomia (quando o rim foi retirado em uma cirurgia, mas o ureter não.)
  • Cisto de úraco infectado
  • Cisto renal infectado que se comunica com o cálice renal
  • Abscesso perivesical com fístula para a bexiga (diverticulite prévia, por exemplo)


4) Eu tenho infecção de repetição. O que devo fazer?


Inicialmente, é preciso seguir os próximos 4 passos para investigar e tratar adequadamente o episódio de ITU:


A) Identificar os fatores relacionados ao paciente que aumentam o risco de ITU (item 1-A desta matéria)


B) Identificar fatores de risco para desenvolver ITU (item 1-B desta matéria)


C) Iniciar tratamento com medicamento de acordo com resultado da urocultura e por um período adequado de tempo (item 12 da matéria publicada no blog)


D) Identificar e tratar doenças que podem causar persistência de bactéria no trato urinário (item 3 desta matéria)


Se, mesmo após a correção e/ou resolução dos fatores de risco relacionados a ITU, o tratamento adequado e a exclusão das doenças que causam persistência bacteriana, você continuar com ITU de repetição, deve ser instituído tratamento e orientação para reduzir a frequência das ITUs.

Existem modalidades terapêuticas com antibioticoterapia e/ou outros medicamentos que não são antibióticos.


4- A) Tratamento/Profilaxia envolvendo antibioticoterapia


A- 1) Profilaxia com baixa dose de antibiótico

É o tratamento mais eficaz para reduzir a incidência de ITU de repetição. Caso a profilaxia sem antibioticoterapia não seja eficaz, este tratamento deve ser recomendado. 


Utilizamos uma dose diária baixa de antibiótico para reduzir a incidência de colonização/infecção. Podem ser utilizados antibióticos como nitrofurantoína/macrodantina, cefalexina, norfloxacino ou sulfametoxazol/trimetoprima para esse objetivo. 


O tratamento pode ser realizado de 3 a 12 meses, dependendo da necessidade individual de cada paciente. Regularmente trocamos de classe de antibiótico durante o tratamento prolongado para reduzir o risco de desenvolvimento de resistência ao antibiótico.


A- 2) Tratamento intermitente iniciado pelo paciente

Caso o paciente apresente poucos episódios durante o ano e tenha facilidade em identificar os sintomas associados à ITU, esse pode ser um tratamento eficaz. É importante recordar que só utilizaremos esse tipo de tratamento após a exclusão de todos os fatores que podem contribuir para a ITU de repetição.


Nessa modalidade, o paciente colhe a urocultura e, na sequência, inicia 3 dias de antibioticoterapia, caso apresente sintomas de ITU. Pode ser necessário complementar o tratamento, se o resultado da urocultura demonstrar resistência bacteriana.


É importante ressaltar que essa modalidade de tratamento só deve ser realizada juntamente com o seu urologista experiente, e após excluir outras doenças cujos sintomas podem simular uma infecção urinária, como, por exemplo, câncer de bexiga. 


A- 3) Profilaxia pós-atividade sexual

Se você nota que o episódio de ITU ocorre após a atividade sexual, pode ser recomendada uma dose única de antibiótico via oral para reduzir a chance de ter infecção urinária após o ato sexual.


4- B) Profilaxia sem antibioticoterapia


B-1) Comportamental

Atividade sexual recente e uso de espermicida são fatores de risco conhecidos que contribuem para o desenvolvimento de ITU. Se você utiliza espermicida, converse com seu ginecologista para substituir o método anticoncepcional.


Embora os estudos não tenham demonstrado benefício claro da mudança comportamental, algumas orientações relacionadas ao hábito miccional e à higiene pessoal podem ser benéficas. Evite segurar a urina por muito tempo, tente urinar antes e após a atividade sexual, esvazie a bexiga durante o seu ciclo de sono. No momento da higiene pessoal, limpe a região da frente para trás, evite uso de duchas ou tampão, dê preferência a roupas íntimas de algodão ao invés de tecidos sintéticos.


B- 2) Dieta

Hidrate-se bem para manter um bom volume e jato de urina. Os estudos não recomendam o uso de vitamina C como uma forma de prevenir infecção urinária, mas tenha uma alimentação balanceada.


Embora controverso, alguns estudos mostraram que o composto proantocianidina presente no cranberry pode ajudar na profilaxia da ITU, dificultando a aderência da bactéria à bexiga. Existem diversas dosagens disponíveis no mercado, mas os estudos com 36mg e 72mg de proantocianidina mostraram potenciais benefícios. No entanto, essa modalidade foi inferior ao uso de antibiótico na prevenção de ITU. Por isso, se esse método não reduzir a incidência, não insista nessa opção.


Os estudos científicos não mostraram benefício do uso de probiótico na prevenção de ITU.


B- 3) Suplementos

Alguns estudos envolvendo D-manose, que inibe a adesão da bactéria na bexiga, e hipurato de metenamina, que dificulta a multiplicação das bactérias, mostraram potencial benefício nos pacientes com ITU de repetição, mas ainda necessitam de estudos detalhados para comprovar a sua eficácia.


B- 4) Reposição de estrógeno tópico

Especificamente para mulheres na menopausa, a redução do estrógeno provoca alterações na bexiga e na flora vaginal que contribuem para a ocorrência de ITU de repetição. Nesse caso, pode ser recomendada a reposição tópica de estrógeno na tentativa de reduzir a incidência de ITU. Pomada ou anel intravaginal de estradiol podem ser utilizados sem os efeitos colaterais que a reposição hormonal sistêmica pode provocar.


B- 5) Vacina

A Uro-vaxom, uma vacina formada por estruturas isoladas da membrana celular de 18 subtipos diferentes da bactéria Escherichia coli, que é o microrganismo mais frequente nos quadros de ITU, pode ajudar a ativar o sistema imune contra infecções urinárias, contribuindo para a profilaxia de ITU de repetição.


Referências:

  1. Anger J, Lee U, Ackerman AL, et al. Recurrent Uncomplicated Urinary Tract Infections in Women: AUA/CUA/SUFU Guideline. J Urol. 2019;202(2):282-289.
  2. Sihra N, Goodman A, Zakri R, Sahai A, Malde S. Nonantibiotic prevention and management of recurrent urinary tract infection. Nat Rev Urol. 2018;15(12):750-776.
  3. Kwok M, McGeorge S, Mayer-Coverdale J, et al. Guideline of guidelines: management of recurrent urinary tract infections in women. BJU Int. 2022;130 Suppl 3(Suppl 3):11-22.



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De acordo com dados globais recentes, a incidência tem aumentado, em parte devido ao envelhecimento da população e ao maior uso de exames de imagem avançados. A doença é mais comum em pessoas entre 55 e 75 anos, com uma predominância maior em homens — eles são afetados duas vezes mais frequentemente do que as mulheres. No Brasil, estima-se que cerca de 6.000 novos casos de câncer de rim são diagnosticados a cada ano, e globalmente, o número chega a aproximadamente 430.000 novos casos por ano. A mortalidade, no entanto, vem diminuindo, especialmente quando o tumor é detectado precocemente. A importância do diagnóstico precoce Um dos maiores avanços no combate ao câncer de rim nas últimas décadas foi o aumento no número de diagnósticos precoces, graças ao uso de exames de imagem como ultrassonografia e tomografia computadorizada. Em muitos casos, esses exames são realizados por outros motivos, como a investigação de dores abdominais, e acabam revelando pequenos nódulos renais que, em sua fase inicial, podem ser completamente assintomáticos. Esse achado incidental é extremamente importante, pois pequenos tumores detectados precocemente estão, na maioria das vezes, confinados ao rim, sem sinais de metástase. Nesses casos, a chance de cura é elevada, especialmente com o uso de tratamentos minimamente invasivos, como a nefrectomia parcial robótica, que remove o tumor preservando ao máximo o tecido renal saudável. Estudos mostram que a nefrectomia parcial pode curar até 95% dos pacientes quando o câncer é detectado em estágios iniciais. Sintomas e fatores de risco do câncer de rim O câncer de rim geralmente não apresenta sintomas em sua fase inicial. Na maioria dos casos, ele é descoberto de forma acidental durante a realização de exames de imagem, como ultrassonografia ou tomografia, feitos por outros motivos. Esse tipo de diagnóstico incidental ocorre frequentemente com tumores pequenos e assintomáticos, o que aumenta as chances de tratamento eficaz. Nos estágios mais avançados, o paciente pode apresentar sintomas, como: Sangue na urina (hematúria) – pode ser intermitente ou contínuo; Dor abdominal ou lombar – geralmente persistente e localizada; Perda de peso inexplicável; Aumento do volume abdominal – causado pelo crescimento do tumor; Cansaço constante; Anemia; Febre sem causa aparente; Hipercalcemia (aumento do cálcio no sangue). A chamada tríade clássica de sintomas — sangue na urina, dor lombar e presença de uma massa palpável no abdômen — é um indicativo de câncer renal em estágio avançado, mas ocorre em menos de 10% dos casos. Fatores de risco para o Câncer de Rim Diversos fatores podem aumentar o risco de desenvolver câncer renal. Entre os principais estão: Idade: é mais comum em pessoas entre 60 e 70 anos; Obesidade: um índice de massa corporal (IMC) acima de 30 kg/m² está associado a um risco aumentado; Tabagismo: fumar aumenta significativamente o risco de câncer de rim; Hipertensão arterial sistêmica (pressão alta); Insuficiência renal crônica em diálise: o risco aumenta proporcionalmente ao tempo de diálise; Exposição a substâncias químicas: como asbesto e cádmio; História familiar: ter parentes próximos com câncer renal aumenta o risco de desenvolver a doença. Doenças hereditárias que aumentam o risco Embora a maioria dos casos de câncer de rim não tenha uma causa hereditária conhecida, algumas condições genéticas aumentam a predisposição ao desenvolvimento da doença. Entre elas estão: Síndrome de Von Hippel-Lindau (VHL): uma doença hereditária rara que aumenta o risco de múltiplos tumores, incluindo câncer de rim; Síndrome de Birt-Hogg-Dubé: também associada a tumores renais, além de tumores cutâneos e pulmonares; Esclerose Tuberosa : uma condição que pode causar tumores benignos em vários órgãos, incluindo os rins. Embora existam fatores de risco conhecidos, a causa exata do câncer de rim permanece desconhecida em muitos casos. Portanto, o diagnóstico precoce por meio de exames de imagem é crucial para aumentar as chances de sucesso no tratamento. Diagnóstico do câncer renal: exames e procedimentos O diagnóstico do câncer de rim é frequentemente realizado de forma incidental, ou seja, descoberto durante exames de imagem, como ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética, realizados para investigar outros problemas de saúde. Por isso, é fundamental que qualquer laudo de exame de imagem inclua uma descrição detalhada dos rins, mesmo que o exame tenha sido solicitado por outro motivo. Algumas alterações renais detectadas em exames de imagem podem ser benignas. Um exemplo comum são as lesões císticas, que, embora possam ser confundidas com câncer de rim, na maioria das vezes são inofensivas. Para diferenciar essas lesões de um tumor maligno, utilizamos critérios específicos na tomografia computadorizada ou na ressonância magnética. Essas ferramentas ajudam a classificar o risco de a lesão ser maligna. Quando uma alteração renal é identificada, é essencial procurar um urologista especialista em uro-oncologia. Esse profissional tem a experiência necessária para interpretar corretamente os resultados dos exames e determinar o melhor curso de ação. Na grande maioria dos casos, não é necessário realizar uma biópsia renal para confirmar o diagnóstico de câncer de rim, já que os achados dos exames de imagem são suficientes para essa definição. No entanto, quando há suspeita de tumores atípicos, como o linfoma, que pode ser tratado com quimioterapia sem a necessidade de cirurgia, ou em casos de tumores avançados em que está planejada a administração de quimioterapia antes da intervenção cirúrgica, a realização da biópsia renal se torna essencial. Esse procedimento permite uma avaliação mais precisa do tipo de tumor e ajuda a orientar a melhor abordagem terapêutica para o paciente. Exames de imagem no estadiamento e planejamento cirúrgico Além de ajudar no diagnóstico, exames como a tomografia e a ressonância magnética também são cruciais para o estadiamento do câncer renal. Isso significa avaliar a extensão do tumor e verificar se ele já se espalhou para outras áreas do corpo, como o fígado, pulmões ou linfonodos. O estadiamento é fundamental para determinar o tipo e a agressividade do tratamento, bem como as chances de cura. Esses exames de imagem também desempenham um papel importante no planejamento da cirurgia. Em casos em que o tumor está confinado ao rim, o objetivo é realizar uma nefrectomia parcial, preservando ao máximo o tecido renal saudável. A tomografia ou ressonância ajuda a definir a localização exata e o tamanho do tumor, permitindo que o cirurgião desenvolva uma estratégia detalhada para remover o câncer e, ao mesmo tempo, preservar a função renal do paciente. Opções de tratamento para o câncer de rim Quando se trata de câncer de rim, a escolha do tratamento ideal depende de fatores como o estágio do tumor, a saúde geral do paciente e a localização do câncer. Entre todas as opções, a cirurgia permanece como o único tratamento curativo definitivo na maioria dos casos. A nefrectomia, seja parcial ou radical, tem como objetivo remover completamente o tumor, preservando ao máximo o rim saudável. A nefrectomia radical, que envolve a retirada total do rim afetado, é indicada em casos de tumores grandes ou em localizações complexas. Já a nefrectomia parcial, na qual apenas o tumor e uma pequena porção de tecido ao redor são removidos, oferece resultados oncológicos semelhantes à cirurgia radical, mas com a vantagem de preservar mais tecido renal saudável, especialmente quando realizada de forma adequada. A cirurgia pode ser realizada por técnica convencional, laparoscópica ou robótica. Outras opções, como ablação por radiofrequência ou crioablação, podem ser recomendadas para pacientes com tumores menores e de baixo risco, especialmente aqueles que não podem se submeter a uma cirurgia. Para casos em que o tumor se espalha para além do rim (metastático), terapias com medicamentos, como imunoterapia e drogas-alvo, podem ser utilizadas. Nefrectomia robótica como opção no tratamento do câncer de rim A cirurgia robótica tem se destacado como a técnica mais avançada e precisa para a realização da nefrectomia parcial. A tecnologia permite uma visão tridimensional detalhada e movimentos extremamente precisos das pinças cirúrgicas, o que possibilita uma remoção segura do tumor com mínimas complicações. A nefrectomia robótica oferece benefícios como menor risco de sangramento, menos dor no pós-operatório e uma recuperação mais rápida, permitindo que o paciente retorne às suas atividades habituais em menos tempo. Além disso, essa abordagem facilita a preservação de mais tecido renal saudável, o que reduz o risco de insuficiência renal no futuro. Entenda mais sobre a nefrectomia robótica clicando aqui. Vantagens da cirurgia robótica no câncer renal A nefrectomia robótica se destaca por oferecer benefícios significativos em comparação com as técnicas tradicionais de cirurgia para tumores renais. Entre as principais vantagens estão: 1. Preservação da função renal: a cirurgia robótica permite uma abordagem mais precisa e ágil, resultando em um tempo de isquemia (quando o fluxo sanguíneo para o rim é interrompido) reduzido. Isso é crucial para minimizar danos ao órgão, contribuindo para uma melhor preservação da função renal a longo prazo e reduzindo o risco de insuficiência renal. 2. Controle superior do sangramento: com o uso da tecnologia robótica, é possível realizar incisões extremamente precisas, o que ajuda a controlar o sangramento durante a cirurgia. Isso é particularmente importante em cirurgias renais, onde o controle de sangramento é essencial para garantir a segurança do procedimento. 3. Menor índice de complicações: a nefrectomia robótica tem sido associada a menores taxas de complicações pós-operatórias quando comparada à cirurgia convencional. Isso inclui menor risco de infecções, cicatrizes menores e uma recuperação mais rápida, além de um menor risco de sangramento. 4. Precisão na remoção do tumor: a tecnologia robótica oferece uma visualização em 3D e em alta definição, permitindo que o cirurgião remova o tumor de maneira extremamente precisa. Isso reduz o risco de qualquer resquício tumoral e preserva o máximo de tecido renal saudável possível. 5. Recuperação mais rápida e confortável: com menos invasão cirúrgica e menos perda de sangue, os pacientes costumam se recuperar mais rapidamente após a nefrectomia robótica. As incisões menores resultam em menos dor no pós-operatório, cicatrizes mais discretas e retorno mais precoce às atividades cotidianas. Leia mais sobre cirurgia robótica clicando aqui. Recuperação e acompanhamento após a cirurgia Após a alta hospitalar, a recuperação em casa geralmente envolve um período de repouso de cerca de 7 dias. Durante esse tempo, é fundamental seguir algumas orientações para garantir uma recuperação tranquila e segura: 1. Controle da dor e medicamentos: após a cirurgia, você receberá medicamentos para o alívio da dor e, em alguns casos, antibióticos para prevenir infecções. É essencial seguir corretamente as orientações médicas sobre a dosagem e o uso desses medicamentos, garantindo assim o conforto e uma recuperação sem complicações. 2. Cuidados com os curativos: a troca diária dos curativos será necessária, e deve ser feita de maneira simples em casa, logo após a higiene pessoal. Essa etapa é importante para evitar infecções e ajudar no processo de cicatrização. 3. Retorno progressivo às atividades: após o período inicial de repouso, será possível retomar gradualmente suas atividades cotidianas, como trabalho e exercícios leves. O ritmo de recuperação pode variar de pessoa para pessoa, e a equipe médica fará avaliações regulares para orientar o momento certo de voltar à rotina completa. 4. Primeira consulta de retorno: cerca de 2 a 3 semanas após a cirurgia, você terá uma consulta de acompanhamento para avaliar a cicatrização e discutir o resultado da análise do tumor removido. Dependendo das características do tumor, será avaliada a necessidade de tratamentos adicionais. 5. Monitoramento e exames regulares: aproximadamente 3 meses após a cirurgia, iniciaremos o acompanhamento pós-operatório, que incluirá exames de imagem para monitorar possíveis recidivas ou metástases. Além disso, para pacientes que realizaram a nefrectomia parcial, serão feitos exames regulares de sangue, urina e imagem, geralmente a cada 6 meses, para avaliar a função renal e garantir que o rim restante esteja funcionando adequadamente. Continue acompanhando o blog para mais informações sobre saúde urológica.
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