HPV: Entenda o que é, principais sintomas e formas de tratamento

Dr. Eder Nisi Ilario

O que é HPV?


O papilomavírus humano (HPV) é um dos vírus mais comuns do mundo e pode afetar tanto homens quanto mulheres. Existem mais de 200 tipos de HPV, sendo que aproximadamente 40 deles podem infectar a pele e as mucosas, principalmente da região genital, oral e anal. A infecção pelo HPV pode ser transitória, com o sistema imunológico eliminando o vírus naturalmente, ou persistente, levando ao desenvolvimento de lesões verrucosas e, em alguns casos, câncer.


Os tipos de HPV são classificados em:


Baixo risco oncogênico
: Responsáveis pelo desenvolvimento de verrugas genitais (condilomas) e papilomatose respiratória. 90% das verrugas genitais são provocadas pelos subtipos 6 e 11. Importante lembrar que até 31% dos pacientes possuem vírus de baixo e alto risco concomitantemente.


Alto risco oncogênico
: Associados ao desenvolvimento de diversos tipos de câncer, como câncer do colo do útero, anal, genital, orofaríngeo e peniano. Há 15 subtipos de HPV que podem contribuir para o desenvolvimento de câncer. Entre os mais perigosos estão os tipos 16 e 18, que são responsáveis pela maioria dos casos de câncer do colo do útero.


HPV é frequente?


Dados epidemiológicos indicam que mais de 80% dos indivíduos sexualmente ativos serão infectados pelo HPV ao longo da vida. No Brasil, estudos apontam que cerca de 50% a 60% dos jovens adultos podem estar infectados com pelo menos um tipo do vírus. A infecção pelo HPV é muitas vezes assintomática, o que contribui para a disseminação silenciosa do vírus.


Quais são os fatores que aumentam o risco de infecção pelo HPV?


Algumas condições favorecem a infecção pelo HPV e sua persistência no organismo, como:


- Início precoce da vida sexual

- Múltiplos parceiros sexuais

- Falta de uso de preservativos

- Imunidade reduzida (HIV ou doença imunossupressora)

- Tabagismo e Etilismo (persistência da infecção)


Embora o uso do preservativo reduza o risco de transmissão, ele não oferece proteção total, pois o HPV pode estar presente em áreas não cobertas pela proteção.


Transmissão do HPV: Entenda os mecanismos de contágio.


O papilomavírus humano (HPV) é altamente contagioso e pode ser transmitido por diferentes vias, sendo a transmissão sexual a mais comum. No entanto, a infecção também pode ocorrer por transmissão vertical (de mãe para filho) e pelo contato direto pele-pele ou com objetos contaminados.


1. Transmissão Sexual


O HPV é uma infecção sexualmente transmissível (IST) altamente prevalente, podendo ser transmitido por contato genital direto (mesmo sem penetração), sexo vaginal, anal e oral. Estudos mostram que:


  • 64% dos casais que convivem apresentam o mesmo tipo de HPV quando um dos parceiros já foi infectado.
  • 42% dos parceiros sexuais compartilham o mesmo sorotipo do vírus.
  • O vírus pode ser transmitido mesmo na ausência de lesões visíveis, já que pode estar presente em áreas da mucosa sem sinais evidentes de infecção.
  • O uso de preservativo reduz, mas não elimina completamente o risco de transmissão, pois o HPV pode estar presente em áreas não cobertas pelo preservativo, como região pubiana, escroto e vulva.


2. Transmissão Vertical (Mãe para o Bebê)


A transmissão do HPV pode ocorrer da mãe para o bebê durante a gestação, no parto ou, possivelmente, pelo contato pós-natal.


  • A transmissão vertical pode ocorrer tanto no parto vaginal quanto na cesárea. Isso sugere que a exposição pode ocorrer não apenas pelo canal de parto, mas também por contato intrauterino ou exposição a secreções maternas após o nascimento.
  • Uma das principais complicações da transmissão vertical é a papilomatose respiratória recorrente (PRR), uma condição rara, mas grave, que afeta a laringe e pode comprometer a respiração. Essa condição ocorre em 4 a cada 100.000 nascidos vivos.
  • Embora a transmissão vertical não seja a principal via de disseminação do HPV, gestantes com infecção ativa devem ser acompanhadas para reduzir o risco de complicações neonatais.


3. Contato Pele-Pele


O HPV pode ser transmitido pelo contato direto entre a pele e mucosas infectadas, independentemente da via sexual. Esse mecanismo explica a transmissão de:


  • Verrugas comuns (cutâneas) – Aparecem em mãos, dedos e outras partes do corpo após contato direto com pele infectada.
  • Verrugas planas e plantares – Frequentes em crianças e adultos, podendo ser adquiridas em locais públicos como piscinas e academias.


O período de incubação da infecção geralmente é de 2 a 3 meses após o contato, mas o vírus pode permanecer latente por anos, sem causar sintomas. Estima-se que 40% das infecções permaneçam assintomáticas por longos períodos.


4. Contato Objeto-Pele (Fômites e Ambientes Contaminados)


Estudos já identificaram o HPV em ambientes hospitalares e públicos, sugerindo que o vírus pode sobreviver em superfícies e ser transmitido por contato indireto.


  • Objetos contaminados, como roupas íntimas, toalhas, equipamentos médicos não esterilizados e até brinquedos sexuais, podem ser fontes de transmissão.
  • O HPV já foi detectado em locais públicos como banheiros, academias e piscinas, reforçando a possibilidade de transmissão por contato com superfícies infectadas.


Embora a transmissão por fômites seja menos frequente do que a transmissão sexual ou pele-pele, é recomendável evitar o compartilhamento de objetos pessoais e manter a higienização adequada para minimizar riscos.


História natural da infecção pelo HPV


Após o contato com o vírus, o tempo de incubação (do momento da infecção até o surgimento dos primeiros sinais) pode variar de 3 a 47 meses. A maioria dos indivíduos infectados não apresenta sintomas e elimina o vírus espontaneamente com o tempo. Estudos indicam que:


  • Em até 2 anos, cerca de 90% das infecções pelo HPV são eliminadas naturalmente pelo sistema imunológico.
  • A regressão espontânea das verrugas é comum:

-> 30% das verrugas cutâneas desaparecem em 4 meses.

-> 50% das verrugas em crianças desaparecem em 1 ano.


Entretanto, algumas infecções persistem e podem levar a complicações mais graves, como lesões precursoras do câncer.


Quais são os sintomas do HPV?


A infecção pelo HPV pode ser assintomática ou se manifestar de diferentes formas:


  1. Verrugas genitais e cutâneas – Pequenas lesões, semelhantes a couve-flor, que aparecem na região genital, anal, mãos, pés ou outras áreas do corpo.
  2. Lesões subclínicas – Alterações microscópicas que não são visíveis a olho nu, mas podem ser detectadas por exames como o peniscopia ou Papanicolau/colposcopia.
  3. Evolução para câncer – Certos tipos de HPV de alto risco, como o HPV 16, têm menor chance de cura espontânea e podem levar a lesões malignas ao longo do tempo.


O que acontece após a infecção pelo HPV?


Após a infecção, três desfechos são possíveis:


  1. Eliminação espontânea – Como mencionado, a maioria dos casos é resolvida naturalmente.
  2. Persistência viral – O vírus pode permanecer no organismo sem sintomas e reativar futuramente.
  3. Progressão para doença – Algumas infecções persistentes podem levar ao desenvolvimento de verrugas ou lesões pré-cancerígenas e cancerígenas.


Diagnóstico do HPV: Como identificar a infecção?


O diagnóstico do HPV é essencial para o manejo adequado da infecção e prevenção de complicações como lesões pré-cancerígenas e câncer. A detecção pode ser clínica, por exames complementares ou por teste molecular, dependendo do caso.


  1. Peniscopia com ácido acético 3-5% – Método útil para identificar lesões subclínicas na mucosa genital. A aplicação do ácido acético torna as áreas infectadas esbranquiçadas, auxiliando na detecção. Esse exame tem: Sensibilidade: 92,3% / Especificidade: 58,2% / Acurácia: 55,3%
  2. Avaliação ginecológica completa – Se houver lesões na vulva, é fundamental avaliar o colo do útero para verificar infecção cervical pelo HPV.
  3. Swab (Coleta por esfregaço da mucosa ou raspagem da pele) – Pesquisa e procura por DNA do HPV. Método com menor chance de detecção do vírus, às vezes exame negativo é falso.
  4. Biópsia da lesão para exame histopatológico – Algumas alterações detectadas no histopatológico podem sugerir a infecção por HPV.
  5. Biópsia da lesão com teste de PCR para detecção do DNA do HPV – Melhor exame para tentar detectar o sorotipo do HPV


Em geral, se nunca fez o diagnóstico confirmatório da infecção por HPV e tem lesão suspeita, recomenda-se a realização da biópsia para pesquisa de DNA pelo teste de PCR.


Princípios gerais do tratamento do HPV.


O tratamento do HPV tem como principais objetivos remover as lesões visíveis, controlar a infecção subclínica e reduzir o risco de recorrência. Embora a eliminação das lesões possa diminuir a carga viral e a infectividade, isso não significa erradicação completa do vírus, pois ele pode permanecer latente no organismo.


  1. Identificação e remoção precoce e completa das lesões – Quanto antes as lesões forem tratadas, menor será o risco de recorrência e transmissão.
  2. Controle da infecção e inflamação antes do tratamento – É essencial estabilizar processos inflamatórios antes de iniciar a remoção das lesões, garantindo melhor cicatrização e resposta imunológica.
  3. Tratamento das Lesões subclínica – algumas lesões que não são visíveis a olho nu podem ser tratadas para reduzir a carga viral e o risco de transmissão. Laser, crioterapia, imiquimod tópico podem ser algumas opções
  4. Acompanhamento regular para monitorar possíveis recidivas – recorrência pode ocorrer em até 20-30% dos pacientes.


O que pode acontecer após o tratamento do HPV?


Após o tratamento do HPV, o acompanhamento é essencial para avaliar a resposta terapêutica e identificar possíveis recorrências. Embora muitas lesões desapareçam completamente, o vírus pode permanecer latente, podendo causar novos surtos no futuro.


  1. Cura clínica: desaparecimento completo da lesão em até 4 semanas de tratamento e sem recorrência por pelo menos 6 meses pode ser considerada como critério clínico de cura. Isso significa que tem alta chance de ter eliminado o vírus que provocou o aparecimento das lesões, mas pode ainda ter vírus latentes.
  2. Recorrência: até 20% dos pacientes podem apresentar novas lesões na proximidade da área tratada após uma fase inicial de regressão. Geralmente ocorre mais nos primeiros 3 meses. Depois de 6 meses, a chance de reaparecimento é menor, mas não inexistente. Lembrar que aparecimento de lesões em local totalmente diferente do anterior pode significar nova infecção ou vírus que estavam latentes que se multiplicaram e desenvolveram lesões clínicas, não sendo nesse caso, considerado como recorrência.
  3. Refratária ao tratamento: lesão que persiste por mais de 2 anos ou que não respondem a 2 ou mais tipos diferentes de tratamento. Imunossupressão pode ser um fator contribuinte e necessita de abordagem mais agressiva nessa situação.


Prevenção do HPV: Vacinação, Preservativo e Circuncisão


A prevenção do HPV envolve uma abordagem combinada, incluindo vacinação, uso de preservativo e estratégias cirúrgicas em casos específicos. A vacina contra o HPV é a forma mais eficaz de proteção, reduzindo o risco de infecção e prevenindo o desenvolvimento de verrugas genitais, lesões pré-cancerígenas e cânceres associados ao vírus.


Vacinação contra o HPV


A vacina contra o HPV é baseada em
proteínas purificadas do vírus, não contendo material genético viral, o que significa que não há risco de infecção pela vacina. Existem duas principais versões disponíveis:


I) Tipos de Vacina Disponíveis


  • Gardasil Quadrivalente – Protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18, sendo eficaz na prevenção de verrugas genitais e cânceres relacionados ao HPV.
  • Gardasil Nonavalente – Além dos tipos incluídos na versão quadrivalente, também protege contra 31, 33, 45, 52 e 58, oferecendo ampla cobertura contra cânceres associados ao HPV.


A eficácia da vacina nonavalente é:

  • 96,7% em pessoas que nunca tiveram infecção pelo HPV.
  • 42,5% em pessoas que já tiveram infecção previamente.


II) Idade Recomendada para Vacinação


A recomendação internacional para a vacinação contra o HPV é:


  • A partir dos 9 anos de idade.
  • Até 26 anos – Deve ser oferecida a todos, pois ainda há benefícios significativos.
  • Entre 27 e 45 anos – A decisão deve ser compartilhada com o médico, analisando riscos e benefícios.
  • Após os 45 anos – A vacina não é recomendada, pois a maioria das pessoas já teve contato com o vírus.


III) Esquema Vacinal no Brasil


  • 9 a 14 anos Duas doses com intervalo de 6 a 12 meses.
  • 15 a 45 anos Três doses (0, 2 e 6 meses).
  • Gestantes e pessoas com alergia grave à vacina não devem ser vacinadas.


IV) Segurança e Reações Adversas


A vacina contra o HPV é segura e bem tolerada, sendo os efeitos colaterais mais comuns:

  • Dor, vermelhidão e coceira no local da aplicação.
  • Febre, dor de cabeça, tontura, fadiga e náusea.
  • Compressas frias podem ajudar a aliviar a dor no local da injeção.


A vacina tem um efeito profilático, ou seja, previne novas infecções, mas não trata infecções já existentes nem impede a progressão da doença. Por isso, o ideal e mais recomendado é ser vacinado antes de qualquer contato sexual. Mas, mesmo em quem já foi exposto ao vírus, a vacina pode ajudar a prevenir o desenvolvimento de lesões de verrugas e cânceres relacionados ao HPV, podendo ser indicado em pacientes até 45 anos de idade.



Uso de preservativo


O uso de camisinha pode reduzir o risco de infecção e o desenvolvimento de lesões no colo do útero, mas não impede totalmente a transmissão, pois o HPV pode ser transmitido pelo contato pele a pele em áreas não protegidas pelo preservativo.


Postectomia (Circuncisão Masculina)


A remoção do prepúcio (circuncisão) tem impacto na redução da prevalência do HPV. A cirurgia pode diminuir a carga viral no prepúcio, reduzindo a chance de novas infecções, podendo ser particularmente útil nos pacientes com lesões recorrentes na região da pele que cobre a glande. Pode contribuir para reduz a transmissão do HPV para as parceiras sexuais.


Tratamento das lesões do HPV:


O tratamento do HPV genital masculino envolve várias abordagens, dependendo da gravidade das lesões, da resposta ao tratamento e das características do paciente. Embora haja diversas opções disponíveis, a remoção cirúrgica se destaca como a alternativa com as melhores chances de cura a longo prazo, especialmente quando comparada a outros métodos. Abaixo, detalhamos os principais tratamentos, tanto os aplicados pelo próprio paciente quanto pelo médico.


Terapias Aplicadas Pelo Paciente


1. Imiquimod 5%


O imiquimod é um medicamento tópico que age estimulando o sistema imunológico local, promovendo a produção de interferon e outras citocinas. Essas substâncias ajudam a combater as verrugas causadas pelo HPV. O tratamento com imiquimod envolve a aplicação 3 vezes por semana, deixando o creme em contato com a pele por 6 a 10 horas, sendo lavado pela manhã. O tratamento pode ser continuado por até 16 semanas (4 meses).


Efeitos colaterais: O imiquimod pode causar irritações locais, como hiperemia (vermelhidão), ulceração, vesículas, e hipopigmentação (perda de pigmento na pele). Além disso, pode agravar doenças inflamatórias ou autoimunes da pele, como psoríase e líquen plano.


Contraindicações: Não deve ser aplicado no meato urinário (abertura da uretra), onde a crioterapia ou remoção cirúrgica são preferíveis.


Taxa de cura: 56%
Recidiva
: 19%


2. Podofilotoxina


A podofilotoxina é um medicamento antimitótico que destrói as células das verrugas, levando à necrose (morte celular). Esse tratamento é aplicado diretamente nas lesões, geralmente de 2 a 3 vezes ao dia, por três dias consecutivos, seguidos de 4 dias de descanso. O ciclo pode ser repetido por 4 a 6 semanas.


Efeitos colaterais: Os efeitos mais comuns incluem eritema (vermelhidão), edema (inchaço), dor e prurido (coceira). A podofilotoxina é contraindicada durante a gestação.


Taxa de cura: 50%
Recidiva
: 38%


Terapias Aplicadas Pelo Médico


1. Crioterapia (Nitrogênio Líquido)


A crioterapia utiliza nitrogênio líquido para congelar as verrugas, destruindo o tecido afetado. Geralmente, são necessárias várias sessões de crioterapia para alcançar a cura, com a aplicação do nitrogênio em temperaturas extremamente baixas.


Efeitos colaterais: A crioterapia pode causar queimaduras, além de hipo ou hiperpigmentação (perda ou aumento de pigmento da pele). É necessário monitoramento para evitar complicações.


Taxa de cura: 50-88% (dependendo de múltiplas sessões)
Recorrência
: 25-40%


2. Ácido Tricloroacético 80-90%


O ácido tricloroacético (ATA) é um agente cauterizante que destrói as verrugas por meio de uma cauterização química. A aplicação ocorre no consultório médico, geralmente de forma semanal, e é eficaz, mas exige cuidado para evitar queimaduras na pele.


Efeitos colaterais: O principal efeito colateral do ácido tricloroacético é a possibilidade de queimaduras, especialmente se a aplicação não for feita de maneira controlada. Também pode causar dor local, irritação, crostas e, em alguns casos, cicatrização mais lenta. Além disso, o ATA pode causar alterações na coloração da pele, como hipo ou hiperpigmentação, que podem ser temporárias ou permanentes, dependendo da resposta da pele do paciente.


Taxa de cura: 56-94% em alguns estudos
Recorrência
: 36%


Remoção Cirúrgica: A Opção Com Maior Taxa de Cura


A remoção cirúrgica das verrugas é uma abordagem definitiva, especialmente em casos de lesões extensas ou múltiplas. Esse tratamento consiste na excisão das verrugas, eliminando o volume de tecido afetado. Embora a remoção cirúrgica possa deixar cicatrizes, ela oferece a maior chance de cura, especialmente para pacientes com lesões persistentes ou de difícil tratamento.


Taxa de cura: 89-100%
Recorrência
: 25%


Por Que a Remoção Cirúrgica Tem Maior Chance de Cura?


A remoção cirúrgica é considerada a forma mais eficaz de tratamento para o HPV genital masculino por várias razões:


  • Eliminação Completa: A cirurgia pode remover grandes áreas de tecido afetado, o que a torna ideal para casos mais graves ou múltiplas verrugas que não respondem bem a tratamentos tópicos ou crioterapia.
  • Resultados a Longo Prazo: A taxa de cura com remoção cirúrgica é significativamente maior do que com terapias tópicas, que muitas vezes têm taxas de recidiva mais altas.
  • Menor Risco de Recorrência: Embora a recorrência ainda seja possível (cerca de 25%), é bem menos provável em comparação com outras terapias que dependem da resposta imunológica ou da ação química local.


Conclusão


Cada caso de HPV genital deve ser analisado de forma personalizada, considerando as características específicas do paciente e das lesões. O acompanhamento médico especializado é essencial para escolher o tratamento mais adequado e reduzir o risco de complicações e recorrências. Em alguns casos, uma abordagem combinada, como a remoção cirúrgica associada a tratamentos tópicos, pode ser necessária para otimizar os resultados e garantir a erradicação das verrugas.


Por isso, é fundamental contar com um urologista experiente, que não apenas defina a melhor estratégia terapêutica, mas também acompanhe o paciente ao longo do tratamento, monitorando a evolução e ajustando as abordagens conforme necessário. A escolha de um profissional qualificado é a chave para um tratamento eficaz e para minimizar as chances de recorrência, promovendo uma recuperação completa e a saúde a longo prazo.


Agende sua consulta com um urologista de confiança e garanta o acompanhamento adequado para o tratamento das verrugas genitais, cuidando da sua saúde e bem-estar.


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Entre as principais vantagens estão: 1. Preservação da função renal: a cirurgia robótica permite uma abordagem mais precisa e ágil, resultando em um tempo de isquemia (quando o fluxo sanguíneo para o rim é interrompido) reduzido. Isso é crucial para minimizar danos ao órgão, contribuindo para uma melhor preservação da função renal a longo prazo e reduzindo o risco de insuficiência renal. 2. Controle superior do sangramento: com o uso da tecnologia robótica, é possível realizar incisões extremamente precisas, o que ajuda a controlar o sangramento durante a cirurgia. Isso é particularmente importante em cirurgias renais, onde o controle de sangramento é essencial para garantir a segurança do procedimento. 3. Menor índice de complicações: a nefrectomia robótica tem sido associada a menores taxas de complicações pós-operatórias quando comparada à cirurgia convencional. Isso inclui menor risco de infecções, cicatrizes menores e uma recuperação mais rápida, além de um menor risco de sangramento. 4. Precisão na remoção do tumor: a tecnologia robótica oferece uma visualização em 3D e em alta definição, permitindo que o cirurgião remova o tumor de maneira extremamente precisa. Isso reduz o risco de qualquer resquício tumoral e preserva o máximo de tecido renal saudável possível. 5. Recuperação mais rápida e confortável: com menos invasão cirúrgica e menos perda de sangue, os pacientes costumam se recuperar mais rapidamente após a nefrectomia robótica. As incisões menores resultam em menos dor no pós-operatório, cicatrizes mais discretas e retorno mais precoce às atividades cotidianas. Leia mais sobre cirurgia robótica clicando aqui. Recuperação e acompanhamento após a cirurgia Após a alta hospitalar, a recuperação em casa geralmente envolve um período de repouso de cerca de 7 dias. Durante esse tempo, é fundamental seguir algumas orientações para garantir uma recuperação tranquila e segura: 1. Controle da dor e medicamentos: após a cirurgia, você receberá medicamentos para o alívio da dor e, em alguns casos, antibióticos para prevenir infecções. É essencial seguir corretamente as orientações médicas sobre a dosagem e o uso desses medicamentos, garantindo assim o conforto e uma recuperação sem complicações. 2. Cuidados com os curativos: a troca diária dos curativos será necessária, e deve ser feita de maneira simples em casa, logo após a higiene pessoal. Essa etapa é importante para evitar infecções e ajudar no processo de cicatrização. 3. Retorno progressivo às atividades: após o período inicial de repouso, será possível retomar gradualmente suas atividades cotidianas, como trabalho e exercícios leves. O ritmo de recuperação pode variar de pessoa para pessoa, e a equipe médica fará avaliações regulares para orientar o momento certo de voltar à rotina completa. 4. Primeira consulta de retorno: cerca de 2 a 3 semanas após a cirurgia, você terá uma consulta de acompanhamento para avaliar a cicatrização e discutir o resultado da análise do tumor removido. Dependendo das características do tumor, será avaliada a necessidade de tratamentos adicionais. 5. Monitoramento e exames regulares: aproximadamente 3 meses após a cirurgia, iniciaremos o acompanhamento pós-operatório, que incluirá exames de imagem para monitorar possíveis recidivas ou metástases. Além disso, para pacientes que realizaram a nefrectomia parcial, serão feitos exames regulares de sangue, urina e imagem, geralmente a cada 6 meses, para avaliar a função renal e garantir que o rim restante esteja funcionando adequadamente. Continue acompanhando o blog para mais informações sobre saúde urológica.
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